Quando o assunto é mudança, muitos de nós sente um frio na espinha e ficam paralisados; outros, respiram fundo e enfrentam.
O fato é que a mudança é geralmente um desafio e que em tempos de mudanças amplas, disruptivas e inevitáveis, gera inquietação.
Não estou falando de você, querida pessoa leitora, nem tão pouco de mim, eu me refiro à maioria de nós.
Este artigo quer refletir sobre como podemos desenvolver a qualidade de sermos bons em mudanças – preferencialmente aquelas que acontecem em nossa vida e vêm vestidas de crise.
A partir de muitos estudos sobre a Psicologia, a Neurociência, entendo que experimentamos de 5 fases, quando nos deparamos com uma mudança que não provocamos, mas que se apresenta diante de nós.
1. O Susto – a Ruptura – Saída da Zona de Conforto.
Diante da notícia, sentirmos medo, pânico é normal, por isso passamos pelo estado de cegueira.
Um estado de espírito que turva nossa mente racional e não conseguimos ver a situação com objetividade e exatidão.
É o momento de profundo desespero, e que nos exige compulsoriamente que saiamos de nossa rotina, do conhecido.
Sentimo-nos totalmente fragilizados, buscamos por soluções imediatas, afinal temos de nos livrar daquela ruptura – o mais rápido possível – porque temos a necessidade de segurança.
E, por desconsiderarmos todas as variáveis, nossas decisões são prejudiciais.
Você pode me perguntar: Mel, por que ficamos aprisionados no modo Susto?
Eu lhe respondo de três maneiras:
A primeira: fomos educados aceitar as perdas e não os ganhos, então o modo pânico representa que a PERDA é mais visível e perceptível; enquanto o ganho não.
Eis a primeira grande batalha interna, combater o sentimento de perda, vislumbrando os possíveis ganhos.
A segunda: a crença de que ontem foi melhor do que hoje.
Essa crença nos aprisiona no passado e criamos verdades distorcidas que justifique, porque era melhor, com isso nos fechamos para todas as oportunidades que o AGORA nos fornece.
A terceira: estamos onde estamos por mera sorte: “Estou no lugar certo e na hora certa.”
Como pode ser o inverso, somos azarados por estarmos naquele lugar e hora.
Diante desse contexto, devemos parar por alguns minutos, respirar profundamente algumas vezes e nos perguntar:
1. Em outros processos de mudanças: o que eu superei?
2. Quais foram as habilidades que usei e que – ainda – as possuo agora?
3. Quais os conhecimentos que tenho agora e não possuía naquela época?
Com as respostas a essas 3 perguntas, começamos a delinear o caminho para prosseguirmos, controlando o reflexo do susto, nosso medo.
2. Resiliência = adaptação
Diante da mudança, nos perguntamos: “O que está acontecendo comigo?”
CUIDADO!!!
Esse é um pensamento improdutivo e que nos faz vítimas, não temos controle, apenas reagimos.
Somos tomados pelo raciocínio de que a mudança é assustadora e que durará para sempre, sermos mudados – também – por ela de maneira irreversível.
Essa possibilidade da perda de identidade nos apavora, afinal: “Quem somos nós?\”
Acontece que não somos o que fazemos.
Somos, porque fazemos, agimos e entendemos os nossos motivos.
Precisamos ampliar nossa perspectiva para nos adaptarmos à mudança enfrentada.
E temos a tendência a nivelar o pensamento dos outros com os nossos, mesmo sabendo que isso que não acontece.
Entenda de uma vez por todas que diante da mudança, precisamos olhar além do previsível, esse é o motivo pelo qual devemos entender que o momento é de consciência e não de dor.
Por exemplo: a mudança é você trabalhar numa nova empresa.
Concentre-se – apenas – no que está realizando agora, qualificando-se para executar as atividades com excelência, manifestando gratidão pela atividade e pela empresa atual.
Isso significa que você está se preparando para a nova empresa, para sua promoção.
Lembre-se de que fazer metas deve funcionar como motivação, não como limitação.
As metas representam uma direção, não é um mapa e não pode definir toda a sua jornada.
Olhe para frente com muito cuidado, para que não perca todas as possibilidades que lhe cercam de aprender e se superar.
3. Novo Normal = Sobrevivência
Essa sobrevivência é conhecida por todos nós, brasileiros que enfrentamos a Pandemia e ficamos isolados praticamente 2020.
Quando pudemos sair às ruas, entendemos que estávamos vivendo o NOVO NORMAL, pois estávamos vivos.
O período sobrevivência, ou novo normal é o outro estado temporário na jornada da vida.
Portanto, se quisermos assumir uma mudança, temos de ‘identificar partes de nossas experiências antigas que não mudam e utilizá-las para reformular a nova oportunidade diante de nós.
É normal que algumas circunstâncias nunca mudam e, podem desempenhar um papel fortalecedor e em nossa mudança atual.
A adaptação acontece analisando as circunstâncias como elas são – no aqui-agora – não como elas foram no passado.
Aproveite o momento para se perguntar: “Para que serve isso?”
Evite a tentativa de parar, de controlar a mudança iminente, quando nos perguntamos ‘para que serve isso?
Abre-se diante de nós um leque de oportunidades e dá-nos um novo propósito e maneira de se fazer presente no mundo.
Quando se entra no ciclo de falar sobre o que se gosta: “No meu tempo…” “Na minha época…”
Deve-se fazer a pergunta: Qual é o meu tempo?
Se você começar a perder a paciência com uma conversa, pergunte-se: “Para que serve esta conversa afiada?”
Enfatizo que “tudo é aula.”
As inovações tecnológicas, as atividades atuais, as conversas, tudo pode gerar aprendizado, crescemos muito quando interagimos.
4. Sem Retorno = O Inexorável
Fala sério, se lhe contassem de modo profético que o mundo inteiro, sem exagero, iria ficar em confinamento em casa até março de 2020 você diria: “Isso é impossível!”
E vimos o impossível tornar-se real, sem oportunidade de retrocesso.
Vale a pena ressaltar que a verdadeira oportunidade existe no desconhecido, reconsiderar o impossível.
Dê uma olhada crítica em tudo que você descarta, desvaloriza.
Falo de tudo que pensávamos ser impossível, ilógico, difícil demais, radical em excesso, intensamente ridículo para sequer considerarmos e explorarmos se – de fato – elas eram oportunidades o tempo todo.
Querida Pessoa Líder, se você está procurando uma vantagem competitiva, pergunte-se: “É real?”
Considerando que superficialmente pensamos que sabemos tudo, mas na verdade sempre existem outras camadas acontecendo.
O poder das perguntas, viabiliza o detalhar de qualquer diferença fundamental.
Essa técnica aplica-se – também – para a vida pessoal dessa forma: “Posso estar insatisfeito[a] com meu trabalho, com minha empresa, essa insatisfação me permite – na verdade – descobrir, porque estou sendo pressionado[a] a identificar melhor o que eu amo e como persegui-lo.”
5. Dinâmica
Obviamente que nem toda mudança é boa; toda mudança é certa.
E diante dela, temos de nos posicionar para passar pelas 4 fases rapidamente.
Pare de perder tempo, em vez de se definir com firmeza: “Eu sou isso!” “Eu faço aquilo.”
Ocupe-se em reconhecer que: Tudo o que fazemos, assim como tudo o que somos, é simplesmente a próxima coisa de uma longa fila.
Tudo é a próxima coisa, num eterno continuar de sucessos (avanços) e fracassos (aprendizados), portas que se abrem e se fecham.
Aproveite este momento para identificar qual é a mudança diante de você, use o conhecimento adquirido aqui e com suas vivências como facilitadores.