Vamos entender o poder do Feedback!
Você – em algum momento – viveu estas situações na infância?
Cena 1: Vivência de aprendizado positiva e feedback negativo.
Você é um aluno aplicado, comprometido e frequentemente tira boas notas.
Numa determinada prova, você gabarita, recebe um DEZ nota 10, a única da classe.
Fica mega feliz, chega em casa e mostra:
“Mãe, pai, olha só a minha prova, tirei DEZZZZZZZZ!”
Balançando a folha, soltando a mochila no chão, feliz da vida.
Seus pais olham como se olhassem para a louça no armário e dizem:
“Você não fez mais que sua obrigação.”
Pergunto-lhe e peço que me responsa sinceramente:
1. Sente-se super animado para tirar outro dez?
2. A atitude promoveu um sentimento de valorização?
3. Tem vontade de partilhar suas próximas conquistas?
Claro que: Não. Não. Não.
Cena 2: Vivência de aprendizado negativa e feedback negativo.
Você é um aluno aplicado, comprometido e frequentemente tira boas notas.
Numa determinada prova, você não consegue 10, muito menos a média que sempre tira.
O conteúdo é mais complexo, você – ainda tem dúvidas, não foi um bom dia.
Você se sente mal, não entende como pode tirar aquela nota, afinal você estudo tanto!
Vai para casa, triste, praticamente se arrastando, carregando o planeta nas costas.
Chega em casa e ouve:
“O que aconteceu na escola? Pode ir falando.”
Você diz: “Ah, recebi a prova hoje e estou muito triste, estudei tanto, o fim de semana inteiro, você viu, né? E tirei apenas 4.0.”
Imediatamente, o volume sobe, os gestos ficam rápidos e você escuta:
“Você só estuda, não faz nada da vida e me vem com essa nota? A escola custa caro! Você não tem vergonha na cara de nos apresentar essa m**da de nota? Você é burro, ou o quê?”
Pare e responda:
- Essa postura de seus pais promovem em você um sentimento de aprendizado?
- Você se sente acolhido na dor e apoiado a melhorar?
- Sua autoestima é valorizada?
Novamente: Não. Não. Não.
Cena 1 e 2 podem se repetir ao longo de sua vida pessoal, acadêmica, assim como na vida profissional.
O que seus pais fizeram chama-se feedback, retorno para os seus resultados.
Feedback na Vida Cotidiana
Não somente na vida profissional, como também na vida pessoal, é importante que aprendamos a usar o feedback como ferramenta para alinhar expectativas, engajar pessoas. Através do reconhecimento do esforço, da dedicação, você pode motivar pessoas a sempre buscarem a melhoria contínua.
Pode – entretanto- desmotivar o time, promover rupturas importantes nos relacionamentos, quando não sabe a maneira eficaz de dar feedback.
Quando o assunto é o contexto profissional, prefira o uso da ferramenta escrita.
Esse uso por escrito tende a aprimorar o desenvolvimento das pessoas e mobilizar para a melhoria de resultados.
Devemos criar o hábito de dar retornos com frequência com liberdade, entre todos os níveis hierárquicos seria ideal; no entanto, podemos fazer dentro da própria equipe, com os colegas.
É sempre bom receber o feedback após ações positivas ou negativas.
Nas positivas, além de perceber toda a comunicação corporal, receber o feedback escrito, demonstra elogio, reconhecimento, estimulando a criatividade e a maestria para avançar trazendo novas e recorrentes boas ações.
Já, nas negativas, pode – igualmente – ser evidenciado na linguagem corporal, é crucial demonstrar as qualidades da pessoa, apontar os equívocos e apresentar soluções, caminhos que poderão ser seguidos na próxima. Desse modo, você é reconhecido, orientado, impulsionado a acertar na próxima.
A probabilidade de crescimento e aprendizado, quando recebemos feedback imediato, é grande, porque os aprendizados emocionais, geralmente são de longo prazo.
Por isso seja específico, direcionado, ao dar um retorno, favorecendo o desenvolvido e viabilizando o colocar em prática imediatamente.
Ressalto que damos feedbacks, não apenas com palavras, mas com a nossa linguagem corporal: postura, expressão facial, gestos, tom, volume e palavras escolhidas, demonstrando nossa satisfação e desapontamento.
Ler esses sinais é importante, mas – para evitar equívocos – é imprescindível saber comunicá-los em palavras escritas.
Para facilitar, apresento-lhe 3 características para que seu feedback escrito seja positivo, proativo e bem estruturado:
- Baseie-se no comportamento da pessoa.
- Mostre o impacto negativo que esse comportamento proporcionou.
- Sugira 3 pontos de melhoria com o objetivo de eliminar a recorrência.
Vamos lá, apresento-lhe uma situação que enfrentei em um cliente que presto Consultoria e Mentoria.
A empresa possui uma média de 1300 funcionários.
Trabalhamos por meses, na montagem do novo organograma, para apresentar aos funcionários no primeiro dia do ano novo fiscal.
Esse dia foi escolhido, pois haveria a apresentação dos planos de carreira, com a descrição de cargos e salários dos colaboradores.
Tudo bem, tudo em ordem.
Cabia ao RH, setor de departamento pessoal, cuidar da atualização das folhas de pagamento.
30 dias úteis – antes da data prevista, prevista percebi que o colaborador responsável pela entrega da atualização estava atrasado, demonstrando falta de comprometimento.
Atitudes comum e negativa: pressioná-lo, o que poderia desmotivá-lo; trocar de funcionário, o que não ensinaria e desmereceria a história dele na empresa.
Atitude INTELIGENTE e Motivadora: Chamei-o para uma conversa; inteirei-me sobre as causas do atrasado; mostrei os efeitos da não entrega; para evitar a persistência no erro e descaso.
A conversa começou assim, darei o nome fictício de Rodrigo:
“Rodrigo, você está na empresa há um bom tempo e sua história aqui é de muita responsabilidade e competência. Parabéns!
É uma honra trabalhar com alguém com esse perfil.
Tenho percebido que o projeto não está sendo desenvolvido, visando ao prazo de entrega, previsto e acordado entre nós.
Qual tem sido a sua dificuldade?
O que podemos fazer para finalizá-lo o quanto antes?
Afinal, todos os funcionários, inclusive você só terão benefícios, não é mesmo?”
Após a conversa, envio um email contendo a mesma mensagem da reunião escrita, finalizando com: “Rodrigo, para os próximos projetos, podemos conversar antes, para otimizar algumas ações, para que o deadline seja cumprido – sem atropelos. Certo?
Estamos juntos, evoluindo.”
Comente comigo: Você já usa feedback positivo dessa maneira?
Juntos até o TOPO.
